quarta-feira, 27 de novembro de 2013

JULGUE-SE

Eu nunca tive problemas em aceitar as pessoas. Acho que isso é bom. Procuro respeitá-las ao ponto de receber em troca o mesmo. Mas ultimamente vejo que as pessoas perderam o senso do ridículo. Intitulam-se bons demais para receberem críticas. Na verdade, a maioria das pessoas que é franca demais são as piores para aceitarem a verdade. Já tive em pé de guerra com meus pais por ser diferente e ter uma visão diferente deles. O tempo de hoje é diferente do de ontem e com o passar dos anos as coisas vão mudando. Isso não é ruim, é bom. Não podemos ficar só estacionados em um lugar, precisamos conhecer o outro lado. Mas calma. O outro lado de que falo é o lado do conhecimento, ou seja, da vivência. Não vamos confundir as coisas. O chato de tudo é que a religiosidade ainda está enraizada nessa geração. O radicalismo tem imperado na sociedade. Eu fico imaginando se Jesus estivesse em nossos dias, talvez eu fosse uma das que pediriam para soltar Barrabás e você também. Por quê? É simples, achamo-nos bons demais para nos misturarmos com os pecadores. A hipocrisia das pessoas hoje é tão clichê! Falamos em nome de Deus como se soubéssemos quem é Deus. Pregamos no nome d’Ele como se fossemos amigos íntimos d’Ele. Não tememos mais o nome de Deus. Não o amamos da maneira certa. Ora, o que é amar a Deus? É obedecê-lo. E o que é obedecer? É submeter-se, deixar conduzir-se por algo ou alguém. Obedecemos a nossa carne, mas não a Deus. Não amamos a Deus. Quem pode amar a Deus e não amar o próximo? Quem pode amar a Deus e se achar excelentíssimo? Repito: hipocrisia. Você pode apontar o dedo para uma pessoa e julgá-la, mas não pode se julgar por ser um julgador? Você pode achar pecado em todos, mas não pode achar em você um pecado chamado mexeriqueiro? Você se acha tão bom que se a salvação dependesse de obras você estaria condenado ao inferno. Suas obras são mortas e pobres. "De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo?" (Tiago 2: 14) Há muitos que falam, mas poucos que agem. Muitos acusadores, mas poucos discipuladores. O mundo hoje carece de amor. Fomos chamados para denunciar o pecado do mundo, mas não julgá-lo. Temos a missão de proclamar o evangelho. Nossa missão é ganhar, consolidar e enviar. Não é julgar, condenar e excluir. Eu sou crente, sou cristã, sou evangélica, sou de Jesus! Não sou religiosa isso sim é pecado. Somos tão bons em julgar os outros como adúlteros, prostitutos, viciados, mentirosos, mas não nos julgamos como religiosos e linguarudos? O maior veneno que esse mundo já viu até hoje é língua. Ela não contamina de fora para dentro, mas dentro para fora. Ela fere e mata. Acho que somos o único povo da face da terra que ao invés de ajudar um dos seus a se levantarem acabam de pisar para ver se morre logo. Se Jesus estivesse aqui acredito que muitos de nós iriam o julgar, seríamos os fariseus! Não se engane Deus está longe de pessoas como nós. Já nos vomitou há muito tempo. Sofre náuseas constantemente por causa de nossa religião. Os religiosos espiritualizam demais as coisas. Vêem diabo em tudo! Às vezes o capeta não tem nada a ver com a história e ele é o grande vilão – de fato é. Como eu sempre fui da assembléia cresci em uma doutrina mais rígida. Um corte de cabelo anos atrás era viagem garantida para o inferno. Um esmalte mais escuro é demônio puro. Uma calça comprida é vestimenta de Jezabel. Hoje eu uso tudo isso e mais um pouco, porém sou descente até demais. Minha consciência me tranqüiliza sabendo que posso deitar minha cabeça no travesseiro e dormir em paz. Pior pecado que um corte de cabelo ou uma calça comprida é uma língua afiada que leva para o inferno. Não seremos salvos por vestimentas, aparência. Seremos salvos pela obediência e fé em Jesus Cristo como nosso Salvador. Ao invés de perdemos tempo julgando os outros devemos julgar-nos. Além dessa roupinha de santo que muitos usam há uma vestimenta imunda que eles escondem dos outros, mas que pensam que conseguem esconder de Deus. Coitadinhos de nós! Como diz Isaías: Ai de mim!

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